Amor ou Poder?

Uma das aflições comuns ao crente é a falta de equilíbrio. Ou está complacente e satisfeito, não buscando nem recebendo as coisas que Deus prometeu, ou então encara apenas um lado do dom de Deus. Fecha os olhos para tudo o mais, crê que tem tudo e critica os que veem o outro lado. Esses, por sua vez, repetidamente, são também críticos. Deus, entretanto, espera que levantemos os olhos e divisemos toda plenitude de sua bênção, tanto para a vida como para o serviço cristão.

Não há dúvida de que existem os que não enfatizam nem santidade nem poder, mas, sempre, os que gozam de santidade de coração costumam criticar os que salientam o poder de Deus. Por outro lado, os que ressaltam o poder e os dons do Espírito criticam os que enfatizam a santidade de coração – o fruto do Espírito.

Mesmo em igrejas em que há moderação, o pastor pode, não intencionalmente, dar maior ênfase a um aspecto da verdade do que a outro, e os membros da sua congregação podem ter a impressão de que precisam escolher entre o fruto do Espírito e os dons do Espírito, ou, em outras palavras, entre amor e poder.

Contudo, eles não se excluem mutuamente. Pelo contrário, são inclusivos, essenciais e disponíveis através da Pessoa e da obra de um único Espírito Santo.

O apóstolo Paulo declara enfaticamente que o fruto do Espírito é o amor. Esse é o comprimento, a largura, a altura e a profundidade do caráter cristão. Note que “fruto” em Gálatas 5 não está no plural, mas no singular. Concluímos, portanto, que o fruto do Espírito é amor, e as palavras seguintes (alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio) não são nada mais do que oito diferentes facetas do amor divino.

Mas o amor é exclusivo? O crente precisa de poder também? É claro que sim. O poder também tem a sua origem em Deus, no Espírito de Deus. Os dons do Espírito seriam melhor chamados de “manifestações do Espírito Santo”. Em 1 Coríntios 12, estão descritas nove manifestações diferentes. Outras passagens das Escrituras contêm mais, contudo, essas nove são, sem dúvida, as principais manifestações do Espírito de Deus em poder, tanto para a vida interior de santidade, como para a vida exterior de serviço.

Por conseguinte, vemos que amor e poder não se excluem. Ambos fluem do Espírito de Deus. São o resultado da plenitude do Espírito, que nos é ordenado gozar. “Enchei-vos do Espírito.” (Ef 5.18.)

Confiemos em Deus, para que ele nos capacite a ver e a nos apropriar da bênção plena do Calvário e do Pentecostes. Ajudemos uns aos outros a ter experiências cristãs mais profundas, que resultarão em semelhança com Cristo, o que inclui tanto santidade de coração como poder para o serviço.

 

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O Pr. Ted A. Hegre é o fundador da Missão Evangélica Betânia. Faleceu em 1984. Deixou vários artigos e livros escritos, além de uma obra missionária que tem crescido e se espalhado pelo Brasil e pelo mundo.

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