Tudo que diz respeito à nossa salvação e vida cristã se acha relacionado com o fato de estarmos “em Cristo”. Deus nos concede sua graça “em Cristo”. E não há mais condenação para aqueles que se acham nele. E quando o apóstolo Paulo diz aos romanos que se considerem mortos para o pecado, mas ressurretos para Deus, como ele coloca isso? Diz ele: “Considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus” (Rm 6.11 – NVI) Aliás, por causa de nossa união com Cristo, o Espírito Santo, que nos concede a vida, libertou-nos do pecado e da morte.
E como é que podemos saber se realmente estamos permanecendo nele? O apóstolo João tem a resposta. Sabemos que estamos gozando de uma união permanente com Jesus:
- se estivermos guardando os mandamentos dele, principalmente o de crer nele e de amar o próximo;
- se o Espírito que ele nos deu testificar isso e estiver dando evidências de que temos tal relacionamento;
- se não vivermos pecando;
- se andarmos como o próprio Jesus andou na Terra;
- se soubermos que não nos afastaremos dele, envergonhados, quando Cristo voltar.
Se reconhecermos que nossa vida não parece ser a de um cristão que está permanecendo em Cristo, temos de confessar nossos pecados, bem como aquilo que está impedindo que a vida da Videira flua para a nossa. Precisamos renunciar a esses pecados e abandoná-los. Em seguida, temos de receber o perdão e a purificação de Cristo. Por último, vamos depositar toda a nossa confiança na vida do Senhor e em sua suficiência.
Lembremos as palavras de Jesus registradas em João 15.7: “Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e vos será feito”. Poderemos pedir o que quisermos e o receberemos! Como assim? Isso vai depender de permanecermos visceralmente unidos com Cristo e de suas palavras continuarem vivas em nosso coração. Atentemos para as seguintes palavras de Jesus, aliás, palavras bem contundentes. Diz ele: “Em verdade em verdade, vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele... quem de mim se alimenta, por mim viverá” (Jo 6.53-57b). Crer em Cristo significa nos alimentar dele em nosso coração, pela fé, recebendo em nós a sua vida. Isso é permanecer em Cristo de forma profunda e verdadeira.
Meu irmão, até que ponto, a Palavra de Deus está habitando em seu coração? Isso acontece quando nós a acolhemos, entendemos e a aplicamos ao nosso viver. Precisamos aprender a “digerir” as Escrituras interiormente, meditando nela, “ruminando-a” e “engolindo-a”. Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos” (Jo 8.31).
Como estamos vendo, então, é da maior importância que mantenhamos um relacionamento permanente com Cristo. Em sua primeira carta, João diz que temos de continuar vivendo sempre em união com Jesus para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não fiquemos envergonhados, ao nos encontrar com ele. Portanto, se permanecermos em Cristo, deveremos viver como ele viveu na Terra. Estando em união com ele e ele conosco, guardaremos os seus mandamentos e amaremos nosso próximo. E o fato é que podemos perfeitamente ter certeza de que permanecemos nele e ele em nós porque ele “nos deu do seu Espírito” (1 Jo 4.13).