Há um personagem de um cartum que vive dizendo: “Já sei que não vou gostar!”
Ele está sempre mentalmente predisposto. Seja o que for que venha a acontecer, já resolveu que não vai gostar. Sua mente acha-se dominada por um espírito de tédio, derrota, pessimismo e insatisfação.
E, infelizmente, hoje em dia, muitas pessoas adotam essa mesma atitude. Estão constantemente dizendo: “Não consigo! É impossível! Já tentei antes e sei que não dá certo”.
Precisamos mudar essa mentalidade.
Renovando Nossa Mente
Em Romanos 12.1,2, o apóstolo Paulo “roga” aos crentes de Roma que apresentem o corpo a Deus em sacrifício vivo e se transformem pela renovação da própria mente. E o apóstolo estava se dirigindo a pessoas que já haviam nascido de Deus, recebido o perdão divino e tinham sido purificadas. Entretanto, nesse texto, ele as conclama a experimentarem uma consagração mais profunda. É fato que elas haviam atendido ao chamado para seguirem a Cristo. Tinham consciência de que eram pecadoras e talvez ainda não gozassem de paz interior. Provavelmente estavam com a mente muito focada nisso. Por essa razão, não entendiam as implicações plenas do chamado de Cristo.
O mesmo ainda ocorre em nossos dias. O primeiro chamado que Deus nos faz é que nos arrependamos de nossos pecados e exercitemos fé para conhecer o Senhor Jesus. O segundo é que façamos uma entrega e uma consagração plenas ao Senhor, porque já o conhecemos.
Somente Deus pode perdoar nossos pecados. Só ele pode purificar nosso coração e nos tornar novas criaturas em Cristo. Entretanto existem certas obras que ele não realiza em nós. Uma delas é a renovação da nossa mente. O Senhor até nos ensina como essa transformação se processa, mas não a opera. Apenas nós podemos efetuá-la. E se quisermos ser transformados, temos de renovar nossa mente.
Quando nos convertemos, Deus não remove automaticamente as mentalidades que vamos formando ao longo dos anos. Ele insta conosco para que as alteremos. E algumas delas são contrárias à mente e à vontade divinas. É fato que algumas das ideias que abrigamos não se acham frontalmente contrárias à perfeita vontade de Deus. Contudo também não se ajustam plenamente a ela; são como que “paralelas”. E há casos em que não nos fixamos na vontade dele. Deixamos nossa mente “vagueando” indecisa, sem tomar uma decisão importante, seguindo a lei do menor esforço. Isso é um indício de que precisamos renovar nossa mente.
É verdade que não poderemos alterar nossos sentimentos simplesmente nos esforçando nesse sentido. Tampouco podemos mudar nossas afeições com base na força de vontade. Todavia podemos modificar nossos pensamentos. Se adotarmos uma mentalidade correta, embasada na Bíblia, poderemos transformar nosso viver. Já uma mentalidade incorreta só nos leva à derrota e ao desespero.
Trocando o Negativismo por Pensamentos de Fé
Grande parte dos nossos pensamentos é de natureza negativa. Pensamos muito em termos de derrota, de fracasso e de incapacidade pessoal. Entretanto, quando passamos a pensar mais em Deus, em suas promessas e em suas declarações, que têm um teor tão positivo, tornamo-nos mais positivos. Se ajustarmos nosso pensar à mente de Deus, ele nos mostrará como quer que venhamos a ser.
Pela fé, poderemos nos apropriar dos recursos que Deus criou com o objetivo de nos resgatar e restaurar. Aliás, pela fé, nós nos ligamos com sua onipotência. Precisamos parar de pensar em termos de derrota e fracasso, e aprender a meditar nas vitórias que podemos conquistar mediante a graça de Deus. Temos de pensar naquilo que ele pode realizar em nós e em outros por nosso intermédio.
Conta-se que Thomas Edison, quando estava criando a lâmpada incandescente, realizou seis mil experiências. Um dia, finalmente, descobriu que um fio de linho carbonizado podia transmitir a luz dentro da esfera de vidro, previamente preparada. E apesar de ele haver efetuado tantas experiências falhas, não dizia que havia fracassado nelas. Afirmava que descobrira mais uma ideia que não dera certo. Edison visualizava os resultados e persistiu em sua busca até obter o sucesso desejado.
Assim como ocorreu com Edison, também nós podemos aprender alguma lição com as diversas experiências da vida. Infelizmente, porém, muita gente, diante de um fracasso, fica como que presa na mentalidade derrotista. Portanto, em cada tentativa fracassada, nossa reação deve ser a seguinte:
“Tudo bem! Desta vez ainda não deu, mas brevemente vou descobrir a fórmula certa!”
Fortalecendo-nos a Nós Mesmos
Deus nos fala de formas diversas para nos ajudar a mudar nossos hábitos mentais. Muitos textos da Bíblia – principalmente os Salmos – foram escritos com essa finalidade. Quando comecei a ler os Salmos, não os entendia muito bem. Sabia que eram a Palavra de Deus. Percebia neles um timbre de autoridade e de inspiração divina. Reconhecia que eram muito valiosos, reconfortantes e esclarecedores. Entretanto tive de admitir que me sentia mais inspirado com os hinos de Carlos Wesley, John Newton, Isaac Watts e de outros hinólogos, do que com os dos salmistas. Parecia-me que os cânticos de autoria daqueles homens continham mais a mensagem do evangelho do que os Salmos. Posteriormente, porém, descobri que os hinos bíblicos estavam carregados de afirmações muito positivas e de poderosas declarações de Deus. Mostravam quem ele é e o que deseja realizar. Assim que enxerguei isso, esse livro passou a ser uma tremenda bênção para mim.
Vejamos, por exemplo, o Salmo 23. Diz ali: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Ele me guia, me restaura, me conduz. Não terei medo de nada, pois ele está comigo. Ele me conforta, me alimenta e me unge. Sua bondade e amor me seguirão sempre”. Essas afirmações encaminham nossos pensamentos para a direção certa.
Então descobri que a finalidade dos Salmos, pelo menos em parte, é ajudar-nos a ajustar nossa mente à vontade de Deus e a tudo que diz respeito ao Senhor. E, de certo modo, isso produz em nós uma mente mais positiva.
Precisamos, sim, renovar nossa mente. E não será Deus quem fará isso por nós. Somos nós mesmos que o faremos. É claro que ele nos auxiliará nesse processo, como faz em todos os outros aspectos de nossa vida. Ele nos dará, por exemplo, muitos textos das Escrituras que iremos ler várias e várias vezes, até que nossa mentalidade se torne positiva e criativa. Em consequência disso, iremos tornar-nos crentes transformados, mais produtivos, mais cheios de fé e bem-sucedidos.
Cabe, então, a nós tomar a decisão de renovarmos nossa mente. O que você fará, meu irmão?