Cinco Conceitos Errados Sobre Evangelismo

Cinco Conceitos Errados Sobre Evangelismo

Repensando nossa maneira de pregar o Evangelho.

Trey Gilmore

Eu ficava aterrorizado com a ideia de evangelizar. Então, participar de um curso obrigatório de Evangelismo e Formação Espiritual não era, absolutamente, o que eu queria fazer. Encontros anteriores – ou melhor, "tentativas frustradas" – sobre evangelismo, me impediram de querer saber mais sobre o assunto.

Em sua essência, a palavra "evangelista" significa um mensageiro de boas novas. Isso imediatamente afasta a ideia de técnicas onde dizemos às pessoas que tomem determinadas decisões. Evangelismo tem a ver com espalhar boas notícias, e isso deve ser algo que traga prazer.

Graças a um sábio professor, hoje sou empolgado e apaixonado por espalhar as boas novas.

Também percebi que existem alguns conceitos errados sobre evangelismo que precisamos repensar:

Conceito Errado #1: O objetivo é apenas levar as pessoas à salvação

Muitos de nós pensamos que, quando evangelizamos, nosso objetivo ou tarefa é "salvar" a outra pessoa.

Não podemos salvar pessoas; só Deus pode fazer isso. E precisamos manter uma perspectiva a prazo ligeiramente mais longo do que acontece depois que alguém aceita a Cristo. Embora de modo geral abordemos as pessoas com a pergunta: "Para onde você irá se morrer esta noite?", o mais adequado seria dizer: "O que vai acontecer se você acordar amanhã?"

Por favor, não me interpretem mal; é óbvio que a salvação é importante. Porém, o processo de evangelismo não acaba simplesmente quando as pessoas aceitam a Cristo. Nosso alvo deve ser a proclamação de boas novas que nos permitam avançar junto com elas em uma jornada, não apenas um processo de um único passo, onde as deixamos de lado tão logo conseguimos nosso objetivo de "salvá-las".

Conceito Errado #2: Precisamos "defender Jesus"

Durante um longo tempo, pensei que o cristianismo requeria que eu soubesse todas as respostas. Cheguei a passar horas discutindo com meus amigos ateus sobre todas as grandes questões conceituais. Eu me lembro, inclusive, de uma noite em que fiquei "estocando munição", ou melhor, buscando respostas de perguntas, para estar preparado para contra-atacar e "defender" Jesus.

Enquanto apologéticas e saber por que você crê no que crê sejam úteis, isso não é evangelismo. "Defender sua fé" provavelmente irá apenas se transformar em uma disputa, porque estaremos discutindo crenças e opiniões, em vez de experiências. Jesus é muito maior que qualquer uma das respostas que formulamos e usamos, e muitas vezes Ele vai trabalhar através de experiências, em vez de nossas crenças preconcebidas.

Conceito Errado #3: Crenças importam mais que experiências

Eu estava focado em discutir com as pessoas sobre Jesus e, creia em mim, isso não funciona. O que faz é apenas levar a discussões tolas, em vez de uma conversa aberta, e faz com que ambas as partes envolvidas fiquem menos dispostas a ouvir.

Embora as crenças certamente importam, às vezes a melhor maneira de realmente entender o que alguém crê é perguntar-lhe sobre suas experiências. Isso muitas vezes direciona a conversa de uma maneira muito melhor, porque abre a possibilidade de ouvir uma experiência pessoal com a qual o cristão pode se identificar – e isso lhes proporciona um sentimento muito mais genuíno do que simplesmente discutir pontos teológicos.

Em vez de perguntar: "O que você acredita sobre Deus, e por quê?", tente: "Você já teve alguma grande experiência espiritual em sua vida?" As crenças dão acesso ao conhecimento central das pessoas e, geralmente, motivam o início de atritos e discussões. E não queremos discutir Jesus; o que queremos é mostrar o amor e a esperança que existem nEle. E, para fazer isso, as experiências são fundamentais, porque estão relacionadas às emoções e ao coração, e estão cheias de assuntos que não têm nada que ver com discussão, mas de sentir de forma mais próxima.

Conceito Errado #4: A pessoa tem de crer antes de ser convidada para a comunidade

Geralmente esperamos até que alguém aceite a Cristo antes de aceitá-lo de verdade em nossos círculos cristãos. Porém, em seu livro Reimagining Evangelism (Repensando o Evangelismo), Rick Richardson argumenta que devemos convidar as pessoas para o nosso convívio antes mesmo que elas possam se tornar seguidoras de Cristo. Ele valoriza a ideia de amarmos e encorajarmos a elas, não importa como. E isso cria uma ideia melhor de comunidade, em vez de lados ou grupos.

Muitas vezes, o sentimento de pertencer vem antes de crer. Quando alguém se sente parte de uma comunidade, isso faz com que ele seja muito mais receptivo ao que cremos/experimentamos a respeito de Jesus. Esta é uma ótima lente pela qual enxergar o evangelismo, porque não vemos pessoas como "projetos", mas como verdadeiros amigos – como outro ser humano sofrido, com quem podemos compartilhar nossas lutas e triunfos.

Viver em comunhão com crentes e incrédulos nos encoraja a compartilhar nossos problemas e tristezas, e não apenas a fachada que muitas vezes apresentamos ao mundo. Isso derruba muitas paredes e nos permite amar as pessoas por quem elas são. O crer virá mais tarde.

Conceito Errado #5: Temos de simplificar o Evangelho

Você nunca deve dizer algo do tipo: "Vou apresentar a você o Evangelho em quatro pontos." A verdade é que o Evangelho é muito abrangente e engloba muito mais. Ele traz a história de Jesus e tudo o que isso envolve. Você não pode simplesmente assumir que seus quatro pontos para a salvação sejam tudo o que alguém precisa ouvir.

Não há limites para o que pode ser dito sobre o Evangelho. Além disso, o modo como você fala sobre isso com as pessoas pode defenir a lente através da qual elas poderão ver a Deus. O tema principal deve ser Jesus, mas não devemos tentar empobrecer ou simplificar o Evangelho.

Aproxime-se do Evangelho com uma mentalidade curiosa e infantil, na qual você nunca "sabe tudo". Sentimos uma enorme sensação de alívio quando podemos dizer a nós mesmos que não sabemos tudo, e isso não traz nenhum problema. Isso cria espaço para que o Espírito Santo trabalhe em nossos pensamentos. Nunca se prenda na sua fórmula de apresentar a mensagem do Evangelho, porque em cada situação ela será diferente. Permita que o Espírito Santo trabalhe na sua vida nas situações que poderão surgir.

Então vá e evangelize na sociedade onde você está inserido. Você ficará surpreso e impressionado com a capacidade de Deus trabalhar através de nós e das outras pessoas.

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TREY GILMORE

Trey Gilmore é pastor de jovens no Arizona há mais de 20 anos, e tem buscado fazer a verdade brilhar, por meio de um "profundo senso comum". Instagram @treegilmore

Artigo republicado da Revista Relevant

Evangelismo

1 comentário

Raimundo Nonato Pereira

Maravilhoso DEUS !!!!!
Obrigado amados irmãos em CRISTO, pois esse artigo é uma pérola valiosa que foi encontrada. É isso mesmo que o texto fala, já aconteceu comigo, por vezes queremos que a mensagem dada no evangelismo já tenha um efeito de um antibiótico, pois ficamos já esperando que a maior parte daquelas pessoas já estejam no culto da noite, por vezes preparamos versículos de defesa. Hoje entendo que CRISTO não precisa de advogado. Mais uma vez Maravilhoso, já imprimi o artigo para poder aprofundar mais o estudo, pois ele é muito rico no seu conteúdo.
Desejo que SENHOR JESUS continue usando vocês como essa maravilhosa ferramenta de proclamação do verdadeiro evangelho.
Obrigado, Grande abraço.

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